segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Aquitetura Sustentável. Outro modismo? Parte 1

Sustentabilidade quer queiram ou não é a palavra da moda. Hoje quem não defende uma vida sustentável é considerada uma figura obsoleta.

O termo é usado para os mais variados fins, muitos dos quais não tem nenhuma relação com o conceito original.

Sustentabilidade, segundo o Relatório de Brundtland – Nosso futuro comum- 1987, é suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas.

A frase é de fácil compreensão, mas ainda poderia ser simplesmente substituída pela palavra RESPEITO ou então o slogan USE COM RESPONSABILIDADE.

Infelizmente o ser humano ainda não consegue respeitar aquele com quem convive e muito menos pensar no futuro da próxima geração

E assim para se passar por um cidadão moderno e exemplar, emprega-se a palavra mas não aplica-se o conceito.

Certa vez eu ouvi o representante de uma empresa de consultoria usar o termo DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL para justificar aos trabalhadores de uma empresa, a impossibilidade de um aumento de salário ha muito prometido. Montou um slide show do powerpoint, falando sobre sustentabilidade,que todos deveriam cooperar sem reclamar e que isso é ser uma empresa moderna. SIC!

Além deste caso infame, há uma outra versão do uso desrespeitoso do termo; Sustentábilidade como sinônimo de ser ecológicamente correto.

Se usarmos materiais ecológicos nos projetos, estaremos dentro do mundo da sustentabilidade, não importando que isto onere o preço do item, ou se realmente responde a definição de sustentabilidade.

Há cerca de um ano recebemos a solicitação de desenvolver um expositor em madeira e ecológico. Comentário do empresário: Está na moda, mas não precisa mudar nada não, apenas acrescenta um bambuzinho. Essa doeu!!!

E assim vamos indo. Para onde? Não sei!

O que é preciso compreender é que o DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL não é ambientalismo, mas sim um processo de equilibrio entre os objetos econômicos, financeiros, ambientais e sociais.

E onde entram os arquitetos nessa história? Bem…

(ESTUDO DE IMPLANTAÇÃO GAIA VIVA- 2006)

Em abril de 2009 houve uma Conferência Internacional promovida pela escola de Pós-Graduação em Design ( GSD), da Universidade de Harvard, em Cambridge, cujo tema foi Urbanismo Ecológico. O que é e quais os rumos para o futuro.

Na abertura o diretor da escola Mohsen Mostafavi afirmou que para ser ecológico o urbanismo deve respeitar o passado, planejar e projetar espaços urbanos que respondam às necessidades de sustentabilidade da sociedade.

Em 1953 Affonso Eduardo Reidy, afirmava:

“ É obrigação do arquiteto dosar os ingredientes tanto nas grandes quanto nas pequenas soluções.tudo é arquitetura,tudo é organização e a vida não prescinde dos belos espaços para se produzir em continuidade saudável e feliz”.

Como podemos perceber, pela natureza de nossa formação é impossível pensar em qualquer projeto sem pensarmos em continuidade.Sustentabilidade é algo natural do nosso cotidiano. Passado, presente e futuro, se fundem em nossa mente para que possamos responder com qualidade a um programa de necessidades.

E qual é a nossa necessidade?

O que Busca o Homem?…


Busca Vida ( Hebert Vianna – Nove Luas 1998)

Vou sair pra ver o céu

Vou me perder entre as estrelas

Ver de onde nasce o sol

Como se guiam os cometas pelo espaço

e os meus passos

Nunca mais serão iguais

Se for mais veloz que a luz

Então escapo da tristeza

Deixo toda a dor pra trás

Perdida num planeta abandonado

no espaço

E volto sem olhar pra trás

No escuro do céu

Mais longe que o sol,

Perdido num planeta abandonado

no espaço

Ele ganhou dinheiro

Ele assinou contrato

Comprou um terno

Trocou o carro

E desaprendeu

A caminhar no céu

E foi o princípio do fim

Se for mais veloz que a luz

Então escapo da tristeza

Deixo toda a dor pra trás

Perdida num planeta abandonado

Pelo espaço

E volto sem olhar pra trás.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Projetos



Projetar é fácil quando se sabe como fazer.

Tudo se torna fácil quando se conhece o modo de proceder para alcançar a solução de algum problema, e os problemas com que deparamos na vida são infinitos: problemas simples que parecem difíceis porque não se conhecem e problemas que parecem impossíveis de resolver.

Quando se aprende a enfrentar pequenos problemas, pode-se pensar também em resolver problemas maiores.

(Projeto de expositor para produtos 7 Sensorial)

O método de projetar não muda muito, apenas mudam as áreas:

Em vez de se resolver o problema sozinho, é necessário, no caso de um grande projeto, aumentar o número de especialistas e colaboradores e adaptar o método à nova situacão.”

Bruno Munari - Das Coisas Nascem Coisas - 1981

Piadinhas a parte do que é ser arquiteto, eu as vezes sinto que somos vistos como seres de outro planeta. Afinal dizem que vivemos no mundo da lua ou que vivemos viajando…

Mas na verdade poucas pessoas sabem realmente o que um arquiteto faz, o que é projetar. Tem algumas que acham que basta carregar uma trena na cintura e uma lapiseira no bolso para serem arquitetos. E aí começa a confusão.

As pessoas nos procuram, pedem uma planta e não um projeto. A frase: “ não precisa fazer muita coisa, é simples”, é corriqueira. E aí aparecem os rabiscos ilegíveis, com espaços que não cabem nada, portas que abrem para lugar nenhum, um verdadeiro pandêmonio.

O que fazer? Com muito tato explicar ao cliente que as coisas não são bem assim. Que um projeto é o resultado do estudo de um programa de necessidades, que analisado sob o olhar técnico, produz soluções criativas, econômicas e que seduzem o olhar do usuário.

O cuidado com os detalhes é fundamental, é preciso tempo para se produzir algo realmente bom, mas na pressa do mundo tudo é para ontem.

( Proposta de reforma para fachada em edifício tombado pelo patrimônio- Restaurante 7 grill- São Paulo)

Projetar é produzir para o futuro e planejar é imprescindível para que façamos um mundo com qualidade. E neste caso tempo é economia de dinheiro.

Arqt. Adriana Franklin
E: franklin.arq.design@gmail.com
T:19 32437014

segunda-feira, 22 de junho de 2009

E Tudo começou mais ou menos assim...

“Pode- se então definir arquitetura como a construção concebida com a intenção de ordenar e organizar plasticamente o espaço em função de uma determinada época, de um determinado meio, de uma determinada técnica e de um determinado programa.”
Lucio CostaConsiderações sobre arte contemporanea – 1940


(Os livros que foram meus blocos de montar)




A arquitetura faz parte da minha vida mesmo antes que eu soubesse o significado da palavra.
Quando menina uma das minhas brincadeiras preferidas era construir com os livros dos meus pais ( eu ainda não sabia ler ) . Um pouco mais tarde, passei a ler os livros, e nas brincadeiras, agora de “casinha”eu tinha um escritório onde desenhava ambientes inspirada pelos filmes da Metro e de Hitchcock. A trilha sonora: bossa nova e standars americanos capitaneados por Frank sinatra. E la ia eu imaginando e criando.
A primeira vez que entrei em contato com a arquitetura moderna, foi uma visita que fiz à casa de uma amiga da escola.
As impressões me marcaram profundamente…
Não era uma casa igual as outras. Me lembro bem da entrada, da sala de estar, a escada que leva ao andar superior, muito bem iluminada era o contraponto ao corredor escuro.Os quartos bem iluminados, por janelas bem diferentes das que eu conhecia, eram todos voltados para o mesmo lado do edifício. O concreto aparente prevalecia… estava numa casa projetada por Vilanova Artigas.
Essa experiência foi tão rica que é marca presente em meus projetos. É algo que aprendi com meu pai, que aprendeu com o pai dele: repartir com os outros as experiências boas que temos.O que eu Busco:

Espaços que estimulem os sentidos e as emoções. (La Dolce Vita Café - Campinas- S.P.)
Hoje o meu trabalho me faz reviver as brincadeiras de menina, projeto com o mesmo prazer de quando “construia com livros”.

Arqt. Adriana Franklin
E: franklin.arq.design@gmail.com
T:19 32437014